Após a organização da jornada de Novembro do Campeonato de Quiz de Cascata, o Joaquim Gregório, líder dos Lais da Carangueja, disponibilizou-se a ceder uma entrevista ao Quiz Portugal. Sempre pacato e dedicado, é desde há muito um dos elementos da Comissão Organizadora do Campeonato.
A organização do vosso jogo foi um trabalho de equipa ou foi um espectáculo de uma pessoa só?
Um espetáculo é o ficheiro Excel que gere todo o processo que armazena as perguntas, que divide os 6 temas pelas 6 cascatas de cada equipa, que gera as impressões para a mesa e para o apresentador, e que prepara o texto (o nível, o n.º da cascata, o n.º da equipa e a pergunta) que em menos de 30 segundos se transforma numa apresentação em PowerPoint. O trabalho de equipa é feito, em primeiro lugar, pela formulação de perguntas nas áreas temáticas que cada um tem mais apetência, depois temos a reunião de classificação e seleção das perguntas, e por fim, também em grupo, a análise do nivelamento do grau de dificuldade. Como o ficheiro Excel calcula as médias, se for necessário, só temos de trocar os números, na base de dados, das perguntas que é necessário permutar para que as médias sejam iguais. Com esta automatização a produção final do jogo é muito rápida.
Como correu? Foi tranquilo como normalmente se pretende ou houve lições importantes para o próximo ano?
Não foi muito bom, mas também não foi mau. Teve os erros que normalmente se cometem. O nivelamento, que correu mal no ano anterior, foi a principal preocupação e achamos que o objetivo foi conseguido. O que há a melhorar para o ano será o grau de dificuldade das perguntas para o nível 3. Houve 50% das perguntas a dar a volta, grande parte delas da minha autoria.
Com o reforço do Comandante quais são as aspirações dos Lais para a próxima época?
As aspirações dos Lais são as mesmas: dar corpo a um campeonato que não sobreviverá se existirem apenas meia dúzia de super-equipas. Normalmente queremos ficar nos 11 primeiros classificados do campeonato, chegar ao nível 3, e bater a nossa melhor classificação. O Comandante é um 3 em 1: resolve o problema do número de jogadores (já que estivemos quase em vias de extinção), temos novas áreas de conhecimento dentro grupo, e uma maior capacidade de responder acertadamente. Acho que a partir de agora vamos querer ficar nos 10 primeiros.
Achas que a qualidade dos quizzes do campeonato tem melhorado nos últimos tempos? O que pode permitir às equipas ainda evoluir nesse aspeto?
O ano de 2014 trás boas lembranças: Ursos, BMV, etc. Este ano, com a liberalização e globalização quizzistíca, e com organizações menos conseguidas, parece que a mãe de todas as competições perdeu o seu encanto. Estamos a perder para a concorrência. Dá-me a ideia que funcionamos à tuga: deixamos para o fim o, que pode ser feito hoje. Daqui resultam os quizzes tematicamente pouco variados e mal nivelados. O meu conselho é variar os temas (mas já houve cascatas temáticas engraçadas), confirmar a possibilidade de respostas alternativas, definir o âmbito da resposta (por exemplo só apelido), e nivelar.
O que alterarias no modelo do Campeonato de Quiz de Cascata?
Sou um bocado tradicionalista mas, com a redução do número de equipas, seria de pensar se faz sentido existirem 3 níveis. A organização deve continuar a ser feita pelas equipas, mas só pelas 10 primeiras.
Qual é na tua opinião o espaço físico ideal para este campeonato ter lugar?
O espaço deve estar adequado ao número de equipas. O Solidó em termos de espaço adequa- 12 equipas, não se pode fumar dentro da sala (o que é bom) mas existe uma boa alternativa, onde também se pode “desportivar”, só a parte do microfone é que falha um bocado. Não será o ideal mas é muito bom.
Ainda te sentes motivado para continuar a ajudar na organização deste evento quizístico?
Ser treinador, ou capitão de equipas desportivas e de quizze, ou administrador do condomínio, ou fazer parte de um grupo organizativo está-me no sangue. A motivação não está no campeonato mas sim na camaradagem da equipa organizativa, e esta não mudou.